Um novo estudo nacional apresenta resultados promissores para tratar fibromialgia com óleo canábico.
Cannabis no tratamento da fibromialgia
Índice
- Cannabis pode tratar fibromialgia?
- Cannabis no tratamento da fibromialgia: como foi o estudo?
- Cannabis no tratamento da fibromialgia: quais foram os resultados?
- Cannabis no tratamento da fibromialgia: primeiro estudo padrão-ouro
- Cannabis no tratamento da fibromialgia: repercussão internacional
Cannabis pode tratar fibromialgia?
De acordo com os resultados de um ensaio clínico concluído recentemente, pesquisadores brasileiros descobriram que um óleo canábico pode proporcionar tratamento eficaz para pacientes com fibromialgia. Um resumo do estudo, “ingestão de óleo canábico rico em THC em pessoas com fibromialgia: um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo”, foi publicado na revista Pain Medicine.
Cannabis no tratamento da fibromialgia: como foi o estudo?
Para conduzir o estudo, os pesquisadores testaram a eficácia de um óleo canábico derivado de plantas em 17 mulheres com fibromialgia, uma síndrome de dor crônica caracterizada por dor musculoesquelética generalizada e fadiga. Os pacientes foram tratados durante um período de oito semanas com um óleo canábico rico em THC. A dose inicial foi de uma gota por dia, com aumentos de dosagem subsequentes de acordo com os sintomas. A dose média foi de 3,6 gotas por dia, o que equivale a um total de 4,4 miligramas de THC e 0,08 miligramas de CBD por dose.
Cannabis no tratamento da fibromialgia: quais foram os resultados?
Os pacientes foram separados em dois grupos, um recebeu o óleo canábico, enquanto os outros receberam um placebo. O questionário de impacto da fibromialgia foi administrado em momentos pré e pós-intervenção e em cinco visitas ao longo de oito semanas. Os pesquisadores relataram que “o impacto da intervenção na qualidade de vida dos participantes do grupo que recebeu a Cannabis foi evidente, resultando em relatos de bem-estar e mais energia para as atividades do dia a dia. Os ataques de dor também foram reduzidos.”
Cannabis no tratamento da fibromialgia: primeiro estudo padrão-ouro
“Até onde sabemos, este é o primeiro ensaio controlado randomizado para demonstrar o benefício do óleo canábico — um extrato da planta rico em THC — sobre os sintomas e a qualidade de vida das pessoas com fibromialgia”, escreveram os pesquisadores. “Concluímos que os fitocanabinóides podem ser uma terapia de baixo custo e bem tolerada para alívio dos sintomas e melhoria da qualidade de vida nesses pacientes, e sugerimos que essa terapia possa ser incluída como uma opção de fitoterapia para o tratamento dessa condição no sistema público de saúde brasileiro.”
Devido ao impacto que a fibromialgia pode ter sobre a saúde dos pacientes e a necessidade de medicamentos eficazes e acessíveis para tratá-los, os pesquisadores recomendaram mais pesquisas para estudar a Cannabis como um tratamento para a condição.
“Considerando os danos a longo prazo causados pela fibromialgia e o efeito que ela pode ter sobre os indivíduos, suas famílias, comunidades e o sistema de saúde pública, parece necessário estudar terapias alternativas, de baixo custo e bem toleradas que ajudem os pacientes a recuperar seu bem-estar e qualidade de vida”, escreveu o estudo. “O presente estudo tem como objetivo avaliar o impacto que o óleo canábico — um extrato da planta rico em THC — pode ter sobre os sintomas e a qualidade de vida dos indivíduos afetados pela fibromialgia.”
Cannabis no tratamento da fibromialgia: repercussão internacional
Paul Armentano, vice-diretor da Organização Americana para a Reforma das Leis da Maconha, comentou a pesquisa em um comunicado oficial.
“A demonstração de segurança e eficácia neste modelo padrão-ouro é significativa”, disse Armentano. “Milhões de americanos sofrem com fibromialgia — uma condição que tende a não ter tratamento eficaz com medicamentos padrões. Esses achados clínicos indicam que, para muitos desses pacientes, as preparações derivadas da planta de Cannabis podem ser uma alternativa segura e eficaz.”
Referências: