Este texto é uma tradução livre do artigo original “A History of Dabs: Where Did Cannabis Extracts Originate?” do site Yo Dabba Dabba.
Hoje é um dia muito especial, afinal 7/10 é o dia mundial do dab! E para comemorar em grande estilo, falaremos sobre a história do dab no mundo, desde seus primórdios.
Em um mercado canábico tão crescente como o de hoje em dia, pode ser difícil imaginar um momento em que os extratos de Cannabis, ou dabs, não eram amplamente difundidos. Isso inclui wax, shatter, crumble, resin, sauce, haxixe e muitos outros tipos. Obviamente que cada uma dessas formas de dab têm uma cor, consistência e formato. Mas, afinal de contas, no geral, qual a origem dessa potente prática?
A História do Haxixe
A rica história dos dabs começou há milhares de anos na forma de haxixe, que é extraído e comprimido a partir dos tricomas da Cannabis. Os tricomas são as glândulas das plantas de Cannabis e contém altos níveis de THC, que são os responsáveis pela psicoatividade da maconha. Eles contêm o espectro completo de canabinóides, terpenos, flavonóides e outros compostos terapêuticos. Culturas antigas na Índia, Pérsia e China usavam o haxixe para fins medicinais e religiosos.
O haxixe chegou à Europa durante o século XVIII e logo foi utilizado pelos farmacêuticos para fabricar compostos medicinais. Os medicamentos à base de haxixe rapidamente se tornaram populares em toda a Europa e nos Estados Unidos durante o final do século XVIII. Além disso, as tinturas à base de Cannabis também abasteciam as prateleiras dos farmacêuticos locais nos EUA até a proibição. Mas os concentrados de Cannabis não se tornariam tão populares até os anos 40.
Documentos da Segunda Guerra Mundial descrevem uma espécie de soro de THC usado pelo escritório de serviços estratégicos dos Estados Unidos para seu programa de interrogatório bioquímico. Sob a liderança de George White, prisioneiros e indivíduos foram dosados sem consentimento com cigarros de tabaco com óleo de haxixe. A prática experimental forçada continuou durante os anos 50 e 60 sob o infame programa MKULTRA da CIA.
O óleo de haxixe moderno que conhecemos hoje só apareceu nos Estados Unidos nos anos 70, quando a “Irmandade do Amor Eterno”, uma organização de distribuição de drogas, trouxe um grande carregamento vindo de Kabul, Afeganistão. O abastecimento não durou muito, já que o grupo teve que parar com as operações após uma explosão em sua sede de produção. Durante aquele tempo, o óleo de haxixe continha cerca de 10 a 30% de THC.
Conforme o mundo foi aprendendo mais sobre esse novo concentrado de Cannabis, publicações começaram a detalhar sua existência e métodos de fabricação. No livro “Cannabis Alchemy: The Art of Modern Hashmaking”(“Alquimia da Cannabis: A Arte Moderna de Fazer Haxixe”) de 1973 do escritor D. Gold, é mostrado um procedimento de óleo canábico feito com o auxilio de álcool puro e carvão ativado. Já no método relatado por Michael Starks em seu livro “Marijuana Chemistry: Genetics Processing and Potency” (“Química da Maconha: Transformações Genéticas e Potência”), lançado em 1977, o óleo é preparado usando vários solventes.
Extração de Circuito Fechado
Em 1999, a Erowid, biblioteca psicoativa online, publicou o artigo “Hash Honey Oil Technique”, que descrevia um novo método de extração. Apesar da praticidade, o método era perigoso pelo butano altamente inflamável usado, levando inclusive a várias explosões em laboratórios amadores, mesmo assim, usuários por todo o mundo continuaram a utilizá-lo. Isso até os hidrocarbonetos de explosão aberta, como o propano e o butano serem usados de outra forma, em um método de extração de circuito fechado mais refinado, avançado e seguro, no qual o solvente é contido e reciclado.
Em 2005, um artigo da Cannabis Culture intitulado “Beautiful Budder” mostrou uma nova forma de fabricar óleo canábico. O autor foi o canadense conhecido como Budderking. Em 2010, os óleos de haxixe extraídos por butano ganharam reconhecimento mundial após serem apresentados no maior evento canábico do mundo, a Cannabis Cup.
Dab Atualmente
Depois desse “bum”, o reconhecimento de tudo quando é tipo de óleo canábico cresceu exponencialmente no mundo todo, se tornando uma prática relativamente comum. Produtores e consumidores usam sua criatividade para criar métodos cada vez mais práticos e que resultam em dabs cada vez mais potentes. Entre os mais diversos métodos de produção, são utilizados diferentes solventes, como etanol, butano, propano, dióxido de carbono, etc.
Logo, os fabricantes perceberam que a mistura de certos gases, como o butano e o propano, poderia melhorar o processo de extração, mantendo as pressões baixas e aumentando a produção. O resultado são concentrados com maior quantidade de canabinóides e terpenos da planta, tornando as experiências mais saborosas e potentes. Outras inovações recentes também expandiram os métodos de extração sem solventes, um deles é a técnica de rosin, que extrai concentrados usando apenas pressão.
Para se ter uma ideia de quão avançado o mercado está na questão da praticidade dos métodos e resultados finais, a prioridade agora é tentar melhorar a cor dos extratos. Existe uma coluna de filtragem capaz de remover diversas impurezas da extração, produzindo concentrados de cor âmbar pura e suculenta.
Comemore a Tradição
É legal imaginar como o dab tem uma tradição tão rica e antiga quanto a dos clássicos baseados. As culturas antigas instintivamente sabiam como aproveitar o poder da Cannabis e do cânhamo através da concentração em resinas.
Para prestar sua homenagem aos antepassados do dab nesse dia tão especial, dê uma dabada sinistra e compartilhe seus concentrados com seus amigos!